247 - Michel Temer, que para chegar ao poder por meio de um golpe parlamentar, colheu dividendos políticos de vários vazamentos seletivos contra a presidente Dilma Rousseff, agora quer utilizar a divulgação de informações comprometedoras contra ele para anular parte do processo de cassação de seu mandato pelo Tribunal Superior Eleitoral.
A defesa de Temer estuda acusar o ministro Herman Benjamin, relator da cassação de Temer no TSE, de ter cometido ato ilegal, ao ter convocado para depor o empresário Marcelo Odebrecht e outros executivos da empresa.
Para os advogados de Temer, o relator não poderia ter pedido o depoimento tendo como ponto de partida uma "prova ilícita", que foi o vazamento da delação premiada do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho. A delação estava sob sigilo e veio a público em dezembro do ano passado.
Na prática, o pedido de impugnação dos depoimentos dos delatores pode retardar o processo no TSE, empurrando o julgamento para 2018, último ano do governo Temer.
Além disso, em abril e maio, terminam os mandatos de Henrique Neves e Luciana Lóssio no TSE. Temer poderá indicar dois novos magistrados para o Tribunal. Herman Benjamin – que tem dado sinais de que pedirá a cassação da chapa – encerra o seu mandato em outubro.
As informações são do jornal Estado de S. Paulo.
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