247 - O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento anunciou nesta sexta-feira 17 o afastamento de 33 servidores acusados de envolvimento em um esquema de propina investigado pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
Segundo os investigadores, funcionários de superintendências regionais no Paraná, em Minas Gerais e em Goiás recebiam propina para emitir certificados sanitários sem fiscalização efetiva sobre a produção de alimentos adulterados. Alguns deles foram presos nesta sexta.
O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, afirmou que existe o receio de que mercados dos Estados Unidos e da União Europeia fechem as portas para o Brasil, maior exportador do mundo de carnes bovina e de frango, por conta das denúncias.
E que por isso o governo definiu argumentos "mais que contundentes" para rebater "qualquer tipo de suposição" sobre a qualidade da carne. O esquema teria fraudado mortadela, salsicha e carne de aves, segundo o ministério.
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados divulgou nota em que informa que vai se reunir na próxima semana para discutir medidas de controle após operação da Polícia Federal. Leia mais:
Comissão de Agricultura vai discutir medidas de controle após operação da PF
Iolando Lourenço e Luciano Nascimento - Após a repercussão da Operação Carne Fraca, deflagrada na manhã de hoje (17) pela Polícia Federal (PF), a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados divulgou nota em que informa que vai se reunir na próxima semana para debater ações que podem ser tomadas no âmbito Legislativo para garantir a efetividade do controle de sanidade e defesa sanitária.
A nota assinada pelo presidente do colegiado, deputado Lázaro Botelho (PP- TO), afirma que na próxima terça-feira (21) o colegiado vai se reunir para debater as possíveis providências, "pois o controle de sanidade e de defesa sanitária são extremamente importantes para a qualidade dos alimentos servidos aos brasileiros", diz o texto.
À comissão compete, além de debater a política para o setor agrícola, debruçar-se nos temas relacionados à vigilância e defesa sanitária animal e vegetal, incluindo a padronização e inspeção de produtos.
Esquema
A Operação Carne Fraca descobriu que diversos frigoríficos estão envolvidos em um esquema criminoso que "maquiava" carnes vencidas com ácido ascórbico e as reembalavam para conseguir vendê-las. As empresas subornavam fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para que autorizassem a comercialização do produto sem a devida fiscalização. A carne imprópria para consumo era destinada tanto ao mercado interno quanto à exportação.
Algumas das maiores empresas do ramo alimentício do país estão na mira da operação, entre as quais a JBS, dona de marcas como Big Frango e Seara, e a BRF, detentora das marcas Sadia e Perdigão. A Justiça Federal no Paraná (JFPR) determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão das empresas investigadas, que também são alvo de parte dos mandados de prisão preventiva, condução coercitiva e busca e apreensão. Além das empresas que participavam do esquema, a operação tem como alvo os fiscais do Ministério da Agricultura que se beneficiaram do recebimento de propina e de vantagens pessoais para liberar a venda da carne imprópria para consumo.
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