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O SABOR DAS MASSAS E DAS MAÇÃS

Imagm: Fátima Miranda



Primeiramente, FORA TEMER! Agora vou contar um causo de minha cidade natal que fica no lindo Vale do Jequitinhonha, a princesinha Almenara.

Existia um fazendeiro chamado João Grilo (não aquele do Auto da Compadecida) que militava pelo candidato Exupério Canguçu, mais conhecido como Pepero. João ia todo dia na sua fazendinha, enchia uns dois tambores de leite e voltava pra cidade na sua "Rural" dos idos anos sessenta. Impostos em dia mas sempre sobrava um pneu careca, uma lâmpada quebrada ou uma falta de estepe. Com isso, quando a polícia militar queria encher o saco bastava ficar na estrada esperando a "Rural" passar.

Numa bela eleição, Pepero ganhou. Pepero que já na transição de governo manda avisar: "Digam aos opositores que peçam demissão a fim de não haver constrangimento". E, no dia seguinte à sua posse, João Grilo não apenas volta pra casa, resolve fazer um passeio pelas ruas de Almenara como que procurando os guardas. E os acha. E, obviamente, leva multa. João segue direto pro gabinete do prefeito e só faz uma pergunta: "Pepero, nós ganhamos pra ficar por baixo ou por cima?". "Por cima, é lógico!", responde Pepero. Então João lhe mostra as multas.

O Seu Exupério manda chamar o motorista e ruma para a delegacia. Chegando lá fala ao delegado: "O senhor pode multar meu motorista, a mim, minha mãe, meus filhos, mas, por favor, deixa João Grilo em paz. Senão terei que usar a força política e usar a transferência para, pelo menos, um palmo de distância daqui no mapa de Minas Gerais". E foi embora com o recado dado. E João Grilo continuou buscando seu leite cotidianamente. E morreria, se preciso fosse, para que Pepero continuasse governando.

Com essa história eu quis apenas demonstrar, simbologicamente, que, apesar do governo ser pra todos, existem aqueles que lutaram e farão de tudo para que haja o trabalho bem feito, além da continuidade desse projeto de gestão. Porém, mesmo findando 2016, não é o que vimos em Minas. A Cemig, por exemplo, está cheia de superintendentes e gerentes rindo do PT o acusando de não ter quadros competentes a exercer tais funções. Na minha Gasmig sou perseguido por ser contra a indicação de dois diretores que fizeram campanha pro Pimenta da Veiga e Aécio Neves e me tornei uma personae non gratae na empresa. Colegas da Fhemig que lutaram por uma saúde universal e contra a monstruosa PEC 241/55 tiveram seus pontos cortados. Companheiros de extrema inteligência e importância histórica são preteridos em detrimento de pessoas que nem sequer compactuam com nossas idéias e ideais. 

Sem mudança de gestão nas estatais (já que os novos diretores só escutam os mesmos tucanos de sempre), a mesma hierarquização da época do PSDB se aprofunda com Fernando Pimentel. Ou seja, parece que continuamos por baixo...

Nossa militância é genuína, não perderemos essa ternura guerreada dia a dia. Mas desanima e angustia, pois a angústia é uma dor em movimento. E o tempo não pára, tanto que 2017 bate à porta e será o ano decisivo aos nossos anseios. Continuemos ou voltaremos ao feudalismo aeciano?

Danilo Otoni

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