Cerca de sessenta alunos do Campus Inconfidentes do IFSULDEMINAS ocuparam o Prédio Principal e a Fazenda-escola na quinta-feira, dia 20 de outubro de 2016, após Assembleia Geral, com o propósito de provocar tanto a comunidade acadêmica quanto os demais moradores da cidade a se atentarem às medidas contrárias aos direitos adquiridos que estão em processo hoje no país. O Campus foi o primeiro da rede federal no Sul de Minas a ser ocupado e, até aquele momento, haviam sido 66 campi da rede IF (agora são 77 e 2 reitorias).
Os membros do movimento estudantil logo após ocupar o prédio principal, se dividiram em grupos denominados Comissões de base para melhor organicidade das ações. Foi estabelecido também, num primeiro momento, contato de negociação com a Direção do campus para garantir que os demais alunos que não aderiram à mobilização e que dependem de determinados setores (como refeitório e alojamento, por exemplo), não fossem prejudicados por não terem como ir embora para suas respectivas cidades, bem como para que fosse garantido o funcionamento de setores essenciais no Campus.
Ainda assim, pessoas contrárias à estratégia adotada pelos manifestantes estiveram diversas vezes durante a madrugada do dia 20 para o dia 21, na porta de entrada do prédio ocupado, hostilizando os acampados com palavrões e ameaças, além de forçarem por diversas vezes a porta de entrada. “Que iria haver uma parte dos alunos que não iriam acatar a ocupação, nós já imaginávamos, mas atitudes dessa proporção não, até porque estamos abertos ao diálogo com quem quer que seja” diz um dos membros, que prefere não ser identificado, ao contar que na segunda noite de ocupação foi preciso fazer um boletim de ocorrência devido a explosão de uma bomba caseira em frente ao prédio ocupado, enquanto haviam cerca de 30 pessoas acampadas. “É uma maneira de tentar intimidar e inibir as ações, mas não iremos recuar! ” Afirmou.
Ainda segundo o movimento, houve articulação entre alguns professores e alunos que se posicionaram contra a ocupação para tentar convencê-los a deixar o prédio. No entanto, o movimento estudantil tem resistido e ganhado força, não somente entre secundaristas do primeiro e segundo ano dos cursos técnicos integrados ao ensino médio, como também entre os moradores de Inconfidentes que não possuem vínculo com o Instituto Federal, onde até mesmo o atual vice-prefeito, Alcides Constantini esteve presente em diversos momentos na ocupação, os apoiando na logística e divulgando uma “Moção de Apoio à Mobilização Estudantil” para os cidadãos da cidade.
Até o momento, os núcleos de base da ocupação têm realizado trabalhos como rodas de conversa sobre a PEC 241, preconceito, feminismo, minorias, além de panfletagem na comunidade e conversa com os comerciantes locais sobre os impactos das medidas sobre a cidade. O movimento de ocupação estabeleceu parcerias com professores que apoiam a causa, buscando agregar, informar e dialogar com a população neste processo de construção do poder popular através de aulas públicas e passeatas contra as ações do governo nos próximos dias. As ações contam também com diversas atividades culturais durante o dia e será convocada nova Plenária para deliberação da continuação ou não da ocupação após a segunda votação da PEC 241 na Câmara dos Deputados.
VEJA VÍDEOS ( Mobilização Estudantil - Inconfidentes)
Ohiama Aires Antunes Bráulio, assessor do Deputado Federal Padre João, esteve na ocupação em Inconfidentes em apoio à mobilização estudantil contra a PEC 241 e os retrocessos impostos pelo atual governo
Os professores Gleyton e Adriano Santos (Unifal - Alfenas) tem um recado pra nós. Confira!
O músico (solo, Metá Metá, Passo Torto), cineasta e artista plástico paulista Kiko Dinucci também apóia a ocupação do Instituto federal em Inconfidentes!
Fernando Sarti Ferreira é Doutorando em História pela Universidade de São Paulo e também apóia a ocupação dos estudantes no IF de Inconfidentes!
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