Os jornais que, desde a mudança de governo, passaram da “caça à catástrofe” para a “caça da retomada econômica” saúdam o superavit recorde da balança comercial.
Muito bom, é verdade.
Mas não é bem assim.
Há vários elementos preocupantes nos dados analíticos da balança, publicados pelo Ministério da Industria e Comércio (Mdic).
A média diária de exportações, que começou o mês com valores acima de US$ 800 milhões diários, terminou julho a US$ 662 milhões por dia útil na última semana, em boa parte pela sobrevalorização da moeda brasileira.
O valor bruto das exportações não está subindo, ao contrário. Subiu, e muito pouco, a média diária, porque julho tem um dia útil a menos. Em valor mensal, houve queda de junho para julho: US 412 milhões a menos, de US$ 16.743 para US$ 16.331. Há um ano, foram US$ 18.533.
Já as importações, que são um importante indicador da atividade econômica, por conterem boa parte dos insumos industriais, caíram US$ 1 bilhão: de US$ 12.770 milhões para US$ 11.752 milhões.
Isso quer dizer que o Brasil está obtendo saldos maiores, mas exportando menos (-5,6% nos sete primeiros meses do ano) e com importações caindo em ritmo mais forte, por conta da crise ( – 27,6%, no mesmo período).
Comparar saldo comercial, sem levar em conta o volume da movimentação do comércio exterior é olhar a corrente de comércio de forma caolha.
Saldo crescente com exportação estagnada ou em queda e importações que despencam sem serem substituídas por produção interna só significa que o país encolhe.
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