De joelhos, Feliciano pede a Deus para "expor a verdade" sobre a acusação de estupro. Talma Bauer, conselheiro do pastor, mal conseguiu comemorar a divulgação do vídeo em que a estudante "desmentia" a denúncia. Áudio revelado horas depois mostra o mesmo Talma aconselhando a jovem a "morrer com o assunto"
De Pragmatismo
Ao saber das acusações de que teria assediado sexualmente a estudante Patricia Lélis, de 22 anos, o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) se “ajoelhou em orações pedindo a Deus para expôr a verdade”. O relato foi feito pelo chefe de gabinete do parlamentar, Talma Bauer. De acordo com ele, que também se diz cristão, a divulgação de vídeos em que Patrícia Lélis desmentia as acusações de estupro significavam que “Deus havia atendido o pedido do pastor [Feliciano]”.
“O pastor Marco Feliciano é uma pessoa íntegra com a qual eu tenho um contato muito bom, sempre muito respeitoso, muito amigável. Então não propaguem mentiras”, dizia a jovem em um dos vídeos.
O mesmo Talma Bauer não esperava, porém, que horas depois do “desmentido” de Patrícia, a divulgação de um áudio revelaria que os vídeos da jovem foram gravados, muito provavelmente, após ameaças, promessas e/ou negociatas.
Na gravação (ouvir abaixo), Talma Bauer é o homem que pressiona Patrícia Lélis para que ela não faça a denúncia. Ele se apresenta à jovem como conselheiro de Feliciano.
Em determinado momento, Patrícia afirma que ainda não denunciou o caso à Polícia Civil para não prejudicar a igreja, os evangélicos e também ela. “Eu não posso sair prejudicada porque, se eu ver que eu vou sair prejudicada, aí eu vou na delegacia”, diz a jovem.
O portal UOL garante que toda a história é verdadeira e também que o áudio e todas as conversas divulgadas foram entregues pela própria Patrícia.
A assessoria do deputado Marco Feliciano ainda não se manifestou sobre o caso após a revelação do áudio.
ÁUDIO:
(Atualização)
A mãe de Patrícia Lélis, jovem que denunciou ter sido estuprada e agredida por Feliciano e depois recuou, afirmou que a filha pediu uma conta para depósito bancário. “Ela ligou de São Paulo e pediu uma conta para um depósito, mas que fosse no CNPJ e que não tivesse rastros de ligação com ela”. A mãe da garota também flagrou a filha com machucados no rosto. Novidades e informações adicionais sobre o escândalo serão publicados em Pragmatismo Político ao longo do dia.
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