EDUARDO GUIMARÃES
Eduardo Guimarães é responsável pelo Blog da Cidadania
Quando
esta página afirma que há uma ditadura informal no Brasil, que colocou
instituições do Estado a serviço de grupos contrários ao governo constitucional
do país e ao partido da presidente da República, podem achar que é exagero.
Contudo, o Blog obteve informações que mostram promiscuidade entre o governo de
São Paulo e grupelhos políticos.
No
último dia 17 de fevereiro, houve um grande tumulto diante do Fórum Criminal da
Barra Funda, em São Paulo, onde o ex-presidente Lula iria depor em processo
fraudulento contra si desencadeado por um promotor do Ministério Público
paulista ligado ao PSDB – processo que, vale dizer, foi sustado pelo Conselho
Nacional do Ministério Público devido aos vícios de origem.
O
Blog esteve no local conferindo os acontecimentos e obteve informações de
extrema relevância que mostrarão como o governo Geraldo Alckmin está usando
instituições do Estado de São Paulo com finalidade política, para atacar
adversários políticos e quem possa apoiá-los.
Grupos
contrários e favoráveis ao ex-presidente Lula se posicionaram à porta do Fórum
e, dali em diante, começou uma guerra de torcidas que elevou sobremaneira o
nível de tensão no local.
Como
os manifestantes favoráveis a Lula eram milhares e os contrários ao
ex-presidente somavam, no máximo, 30 ou 40 pessoas, as Polícias Militar e Civil
foram usadas pelo governo Geraldo Alckmin para suprir a falta de manifestantes
anti Lula.
A
atitude dos policiais civis e militares era francamente hostil aos
manifestantes pró Lula e solidária com os anti Lula. Os poucos manifestantes
fascistas ficavam cochichando com os policiais e apontando manifestantes
contrários.
Em
resumo, a PM comandada pelo governo do PSDB agiu como segurança particular dos
manifestantes antipetistas.
A
certa altura, policiais civis entraram em cena e começaram a fotografar e até a
intimidar (de modo dissimulado) os manifestantes pró Lula.
No
fim da manhã de quarta-feira 17 de fevereiro, o clima começou a esquentar no
local. Os manifestantes antipetistas decidiram inflar um boneco infamante que
representa uma caricatura do ex-presidente Lula usando roupa de presidiário e
essa intenção começou a incendiar a militância antipetistas, revoltada com o
crime que estava começando a ser perpetrado.
Vale
ressaltar que o boneco em questão constitui um crime contra a honra do
ex-presidente Lula e, portanto, é ilegal. Esse instrumento de difamação está
tipificado nos artigos 138, 139 e 140 do Código Penal:
Art.
138 – Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena
– detenção, de seis (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
§
1º – Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou
divulga.
Art.
139 – Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena
– detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Art.
140 – Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena
– detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Como
o ex-presidente Lula jamais foi condenado criminalmente e, inclusive, nem mesmo
responde a qualquer processo na Justiça, representá-lo como presidiário é um
crime claro contra a sua honra.
Todo
o quadro descrito acima combina com o relato de um militante petista que
decidiu se infiltrar entre os fascistas para ver o que tanto eles conversavam
com a polícia.
O
militante em questão já saíra de casa preparado. Vestiu uma camisa e um boné
com motivos militares para se misturar com os antipetistas, os quais, ao mesmo
tempo em que pediam prisão de Lula, defendiam a volta da ditadura militar.
A
fonte do Blog relata que um dos líderes daquele movimento de difamação do
ex-presidente, um tal “Marcelo Reis”, de um grupo fascista auto intitulado
“Revoltados On Line”, não parava de conversar com o comandante da Operação anti
Lula da PM.
O
informante deu um jeito de se aproximar e escutou a conversa. O comandante
dizia ao tal Reis que já não podia garantir a a segurança do seu grupo porque o
efetivo de que dispunha não era suficiente e que se o boneco de Lula fosse
inflado haveria confronto e a PM não poderia ajudar, já que os petistas eram
milhares e policiais e fascistas juntos não chegavam nem a cem, apesar de que
os policiais dispunham de armas de fogo e outros instrumentos.
Reis
ficou indignado. Chamou um homem alto, branco, usando óculos escuros e boné.
Esse homem fez uma ligação e passou o telefone ao líder dos “revoltados”, que
vociferou sua indignação com a pessoa do outro lado da linha.
Após
uma breve conversa, Reis passa o telefone para o comandante da operação da PM.
Quando o telefone foi passado de uma mão para outra, o informante do Blog tomou
um susto. A foto no aparelho, que indicava para quem fora feita a chamada, era
do Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Morais.
A
fonte do Blog informa que ouviu gritos da pessoa que conversava com o
comandante da operação da PM de apoio aos “revoltados” – provavelmente, quem
gritava com o comandante da PM era o secretário de Segurança de SP.
Terminada
a chamada, o comandante reuniu a tropa, mandou colocar grades em torno do
boneco criminoso e afiançou aos revoltados que lhes seria garantido o direito
de cometerem crime contra a honra de Lula. A partir dali, a PM agrediu
violentamente os petistas.
Contudo,
devido à coragem da militância petista, que enfrentou as armas da PM, os
cassetetes, o gás de pimenta etc., o boneco foi rasgado em cinco lugares
diferentes e não pôde ser levantado.
Imagine
agora, leitor, se o ministro da Justiça determinasse à Polícia Federal que
protegesse manifestantes petistas que tentassem inflar um boneco de Aécio Neves
vestido como presidiário por já ter sido citado cinco vezes por delatores da
Lava Jato como recebedor de propina?
Essa
imagem fictícia serve para que até o leitor de direita entenda por que o
governo Alckmin usar instituições públicas como PM e a polícia civil para
atacar adversários políticos é ilegal e, aliás, deveria resultar em uma
investigação oficial do Ministério Público de São Paulo, caso este também não
atuasse a serviço da quadrilha tucana encastelada no governo de São Paulo.
Fonte:
brasil247
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