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“Preto no meu prédio, não”, diz moradora de Ipanema ao atacar vizinha a facadas

Vizinha atacou empresária negra com faca e atirou móvel contra ela

A empresária Claudia da Silva Chaves denuncia um episódio de racismo e lesão corporal no prédio em que mora em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro. Segundo a empresária, uma vizinha teria atacado ela após uma discussão e proferido expressões racistas.

Claudia afirma que a vizinha, apesar de morar no apartamento de baixo, subia um andar para colocar o lixo na porta dela. Em todas as vezes em que isso aconteceu, a empresária retirou o lixo em silêncio e levou a lixeira, mas uma hora ela desistiu.

— Pela primeira vez eu devolvi na porta dela, porque até então eu sempre coloquei na lixeira

A atitude de Claudia gerou uma discussão. Depois da briga, a vizinha desceu correndo até o apartamento em que mora, pegou uma faca e retornou para atacar a empresária. Ainda na escada, Claudia levou o primeiro golpe

— Quando ela veio com a faca, ela disse isso: "preto no meu prédio, não!". Mas ela já tinha destratado outras pessoas. Uma vez eu vi, logo que me mudei pra cá, era um rapaz que entrega água há anos, desde que eu moro aqui em Ipanema. Ela chamou ele de macaco pela janela, e nem sabia que eu morava aqui em cima dela e que eu era negra

Durante a briga, Claudia se feriu na mão.

— Ela queria dar uma facada no meu pescoço, na realidade. Eu que coloquei a mão pra me defender e deu no que deu.


Uma amiga que estava junto com a empresária no apartamento tentou apartar a briga e também foi agredida: a vizinha jogou um armário contra as duas. Para fugir das agressões, elas correram para a rua e chamaram a polícia

Claudia ficou internada no Hospital Municipal Miguel Couto, porque o ferimento atingiu o tendão e ela teve que passar por duas cirurgias. A vizinha que agrediu a empresária registrou uma ocorrência na delegacia do Leblon (14ª DP). No registro, ela alega que que foi agredida. Na sua versão, ela conta que Claudia e a amiga desceram as escadas, invadiram a casa com uma arma, e que, como ela fez artes marciais, conseguiu desarmá-las

As duas versões serão confrontadas pela delegada Monique Vidal. 
— Nós instauramos inquérito policial para apurar as versões conflitantes. Todas as envolvidas fizeram exame de corpo de delito. Estamos tentando imagens e testemunhas para ajudar nas investigações. O inquérito foi instaurado, a princípio, como lesão corporal e injúria racial. E as investigações continuam.

Fonte: hojemais

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