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"Daqui para a frente, vou processar todo mundo", reage Lula

Em conversa com blogueiros, o ex-presidente afirmou que "o PT vai ressurgir das cinzas muito mais forte" e que acredita que Dilma será "ousada"


"Daqui para a frente, vou processar todo mundo para ver se colocamos ordem na casa", disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em café da manhã com blogueiros, nesta quarta-feira (20).

Durante o encontro, Lula se posicionou sobre diversos temas, como o cenário econômico, a geração de emprego, como a presidente Dilma deve gerir a crise econômica em 2016, os obstáculos impostos pelo Tribunal de Contas, entre outros. Mas o que tomou mais espaço das declarações do ex-presidente foi o tratamento dado pela imprensa com as investigações e vazamentos seletivos.

"Já ouvi que delação premiada tem que ter o nome do Lula, senão não adianta", disse o ex-presidente, assegurando-se: "Duvido que tenha um promotor, um delegado, um empresário que tenha a coragem de afirmar que eu me envolvi em algo ilícito".

Para ele, a forma dos grandes meios de comunicação publicarem informações a seu respeito não teve início quando assumiu a Presidência da República, em 2003. "Sempre tive um tratamento diferenciado [da imprensa] no Brasil, desde que fui dirigente sindical. Nunca fui bem-tratado, sempre fui tratado com certo desdém", afirmou.

O ex-presidente defendeu que investigações sobre a corrupção sejam eficazes, mas criticou as manipulações e "mentiras". "A apuração de corrupção é um bem desse país", disse. "O que fazem com meu filho é uma violência. Como um cidadão tem a desfaçatez de mentir?", afirmou, em seguida, completando: "Que [os jornais] publiquem nos editoriais o que quiserem. A única coisa que não admito é mentira na informação".

Lula também saiu em defesa da presidente Dilma Rousseff: “Uma coisa importante é que a sociedade deve se mobilizar contra o impeachment. Com democracia não se brinca, democracia é uma coisa muito séria”. Segundo ele, um dia Dilma será reverenciada pela abertura na investigação contra a corrupção: "poucas vezes na história esse país teve alguém da dignidade da Dilma".

Questionado pelo jornalista Renato Rovai, da Revista Forum, sobre como tirar o país da crise, Lula respondeu que a saída é o aumento do crédito para o consumo e o fortalecimento do mercado interno. "Uma crise permite que você faça tudo o que não faz em tempo de normalidade", respondeu, e apostou que acredita que a presidente Dilma "vai ser ousada daqui para frente".

O ex-presidente sugeriu um acordo com a China para a troca de investimento por petróleo. De acordo com ele, o país poderia acertar um pacote de investimento de US$ 100 bilhões em troca da produção do pré-sal. "Se eu fosse Dilma chamava a China e firmava um pacto tendo como garantia o petróleo. Eles precisam, nós temos", disse.

"Não temos outra saída: temos que acreditar no nosso mercado interno. O jeito de consertar a economia é fazer a economia crescer", afirmou. "Esse é o momento de ousadia. Para salvar este país, temos que colocar os pobres em cena outra vez". 

O ex-presidente comprometeu-se a relançar o projeto do PT novamente: "O PT vai ressurgir das cinzas muito mais forte. Eu vou tratar de motivar esse povo outra vez", disse.
Fonte: ggn

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