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"DEMOCRACIA" BRASILEIRA PODE TROCAR 54 MILHÕES DE VOTOS POR APENAS 53 MIL



247 – Eis o que a oligarquia política nacional fez da democracia brasileira. O Brasil, antes respeitado no mundo, tinha uma primeira mulher na presidência da República, graças aos 54 milhões de votos conferidos pela população.

No entanto, depois que seus votos foram roubados por uma conspiração liderada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), condenado a 15 anos e quatro meses de prisão, e Aécio Neves (PSDB-MG), recordista em inquéritos da Lava Jato, em benefício de Michel Temer, primeiro ocupante da presidência da República denunciado por corrupção na história do Brasil, o Brasil poderá ter um presidente de apenas 53 mil votos.

Sim, esta foi esta a votação que Rodrigo Maia (DEM-RJ) obteve quando concorreu ao cargo de deputado federal nas últimas eleições. A votação foi equivalente a 0,69% dos votos do Rio para o parlamento federal.

Sem respaldo popular, Maia fala para seus "eleitores" do mercado financeiro e promete manter as reformas trabalhista e previdenciária, que também são rechaçadas pela população brasileira.

Abaixo, reportagem da Reuters sobre os movimentos de Rodrigo Maia:

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta sexta-feira "lealdade" ao presidente Michel Temer, mas já discute as bases do que seria um governo comandado por ele, em caso de afastamento do peemedebista.

Em conversas e declarações, Maia tem dito que manteria a equipe econômica e tentaria retomar a agenda de reformas, paralisada em meados de maio, quando a delação de executivos da JBS atingiu Temer e o levou a ser investigado e recentemente denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva.

Nesta manhã, Maia telefonou para o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS). Após consultar pessoas em suas bases eleitorais, o parlamentar havia mandado uma mensagem para Maia a fim de saber se ele iria manter a equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Segundo Goergen, Maia ligou-lhe e, embora tenha deixado claro na conversa que não é presidente da República e não trabalha para sê-lo, afirmou que não faria mudanças nessa área caso assumisse.

"É importante sim que o presidente da Câmara dê essa sinalização, porque como a saída do Temer é um fato que pode ser real não podemos ficar na especulação do que pensa o sucessor", disse Goergen à Reuters. O deputado gaúcho ainda não decidiu se vai votar a favor de autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar a denúncia contra Temer.

Também pela manhã, o presidente da Câmara usou uma rede social para defender "muita tranquilidade e prudência" no momento e o avanço na agenda de reformas no país. "Precisamos ter muita tranquilidade e prudência neste momento. Em vez de potencializar, precisamos ajudar o Brasil a sair da crise", disse, no Twitter.

Maia disse que a agenda de votações da Câmara tem de ser retomada "o mais rápido possível". "Não podemos estar satisfeitos apenas com a reforma trabalhista. Temos previdência, tributária e mudanças na legislação de segurança pública", afirmou Maia.

Embora venha sempre pregando uma atuação de magistrado no caso da denúncia de Temer, o presidente da Câmara tem se movimentado nos bastidores como fiador da agenda reformista. Temer será afastado se a Câmara autorizar a análise do STF e os ministros do Supremo aceitarem a acusação criminal contra ele por corrupção passiva.

A avaliação de aliados é que Maia também teria mais força política para tocar, por exemplo, uma reforma da Previdência do que Temer no momento em que a principal pauta do atual governo é sobreviver politicamente. Essa percepção viria ancorada diante do fato de ele estar recebendo apoios públicos de importantes lideranças partidárias nos últimos dias.

Nesta sexta, o ex-líder do PMDB no Senado Renan Calheiros (AL) afirmou à Reuters que o governo Temer tem uma rejeição "quase universal" e que Maia é a saída constitucional para buscar sair da crise política.

"O governo tem uma rejeição quase que universal. A sociedade quer se ver livre do governo de qualquer forma, por isso nós não podemos deixar de olhar a saída constitucional. Rodrigo Maia, ele é a saída constitucional e nada mais recomendável olhar para ela", afirmou Renan.

Na véspera, o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse que o deputado tem todas as condições para levar o país a uma mínima estabilidade até 2018 e afirmou --sem citar o governo Temer-- que o Brasil está chegando a uma ingovernabilidade.

Nesta sexta, o primeiro vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PB), disse que se pode estar diante do início do fim do governo Temer, que não tem nenhum apoio popular e que Maia é a solução prevista na Constituição.

SEM CONSPIRAÇÃO

Lideranças do DEM têm ecoado que o partido não vai "conspirar" para derrubar o governo.

Um dos vice-líderes do DEM na Câmara, José Carlos Aleluia (BA), disse que o partido continua a apoiar a gestão Temer. Mas ressaltou que, se eventualmente houver uma gestão Maia, interina, a tendência seria sim de manter a equipe econômica e buscar a retomada das votações.

"Todo mundo na expectativa que não haja mudança na forma de atuação", disse Aleluia, um dos mais experientes deputados do partido.

O presidente da legenda, senador Agripino Maia (RN), também destacou que a posição de Rodrigo Maia é de "absoluta lealdade" com o governo, mas observou que o deputado "acompanha a situação".

"Ele vai agir de acordo com as obrigações do cargo que ocupa, não vai cometer deslealdade com ninguém, nem sair do que prevê a Constituição e o regimento interno da Câmara", disse o presidente do partido, que destacou que não há qualquer reunião da Executiva da legenda para decidir uma posição a respeito do governo Temer.

Em Hamburgo, onde está participando da cúpula do G20, Temer disse acreditar "plenamente" na lealdade de Maia. "Ele só me dá provas de lealdade o tempo todo", disse o presidente.

O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), minimizou esses movimentos em relação ao presidente da Câmara, a quem atribui a aliados dele. "O Rodrigo tem sido correto, leal e claro que às vezes o entorno fica na torcida", afirmou ele, ao destacar que não vê nenhuma conspiração por parte do deputado do DEM.

Rossi rebateu as alegações de que o governo estaria se enfraquecendo, e disse que, ao contrário, fortaleceu-se nos dois últimos dias com as articulações políticas em busca de votos para barrar na Câmara a autorização ao STF para julgar Temer tanto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) quanto no plenário da Câmara.

Destacou ainda que, após derrotar no voto a acusação, o governo vai reforçar os esforços para buscar a retomada do emprego e a agenda de reformas.

A oposição, minoritária na Câmara, votará a favor do julgamento de Temer pelo STF. Contudo, o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), disse que isso não significa automaticamente que haverá apoio a Maia, uma vez que ele defende a mesma agenda reformista.

"Temer não pode continuar no governo com esse tipo de denúncia contra ele, mas nós não temos nenhum compromisso de apoiar o governo do Maia", disse o petista.




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