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SOBE PARA 35 MIL O NÚMERO DE DESABRIGADOS OU DESALOJADOS POR CONTA DAS CHUVAS EM PERNAMBUCO

Imagem: Diário de Pernambuco

CLIQUE NO VÍDEO E OUÇA REPORTAGEM COM MORADOR DA CIDADE DE BARREIROS:



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Embaixo d'água, Barreiros está sem energia elétrica

No município, que foi atingido pelas chuvas fortes, há comunidades isoladas, para onde é preciso levar água e alimentos





Barreiros, na Mata Sul de Pernambuco, atingida pelas chuvas Foto: Alfeu Tavares/ Folha de Pernambuco
DA FOLHAPE -A reportagem da Folha de Pernambuco chegou no município de Barreiros, na Mata Sul de Pernambuco, e encontrou uma situação caótica. O centro da cidade está inundado e a água pode ser vista desde a PE 60, que margeia a localidade. Os moradores estão sem energia elétrica desde as 8h da manhã. Também há relatos de saques.

Por volta das 15h30 desta segunda (29), o Corpo de Bombeiros tentava resgatar uma senhora que se recusava a sair de casa. “Temos que convencer porque não vamos tira-la a força. É um trabalho de convencimento, a comunidade precisa entender os riscos”, comentou o major Dalas, do Corpo de Bombeiros, que está na cidade. “A demanda maior deste município é de ação de Defesa Civil. Algumas comunidades estão isoladas, sem comunicação, precisam que chegue água, alimentos”.

Segundo moradores, que preferiram não se identificar, lojas e até mesmo residências foram alvo de saques. "Vejo amigos que saíram de suas casas desesperados para voltar, com medo de serem roubados. Estamos todos vendo lojas serem saqueadas e não podemos fazer nada. É aquele velho ditado: além da queda, o coice!", afirmou uma moradora.


Em Palmares, muita lama e disputa por comida em lixo de supermercado

Situação é mais grave nos bairros Santo Antônio e Cohab, que ficam perto do Rio

Moradores de Palmares catam comida na lamaFoto: Alfeu Tavares/Folha de Pernambuco

DA FOLHAPE - Em Palmares, também na Mata Sul, eram grandes os danos da chuva registrados nesta segunda-feira (29). A situação é pior nos bairros Santo Antônio e Cohab, que ficam perto do rio. Por vários trechos da cidade há muita lama dentro das casas, mas não há registro de desabamentos ou pessoas desaparecidas ou ilhadas.

No Centro da cidade dezenas de pessoas disputam comida descartada por um supermercado como lixo. Sacos de feijão, arroz, macarrão, leite, tudo sujo de lama. "A gente limpa com um paninho", disse uma das moradoras. Passam pessoas com carro de mão, bicicleta, alguns pegaram sacos com 20 pacotes de macarrão.

O gabinete de crise da cidade foi instalado às margens da BR. Perto do meio dia o Governador Paulo Câmara chegou à cidade, acompanhado do vice Raul Henry, do presidente da Compesa Roberto tavares, de Marcelo Canuto, da Casa Civil, Milton Mota da agricultura, coronel Mário Cavalcanti, secretário de Recursos Hídricos.

Recomeço

Com a baixa no nível das águas, a população começa o processo de limpeza das casas e comércios para tentar retomar a vida.

Foi o que fez na manhã desta segunda-feira (29) a recepcionista Leila Jonas de Oliveira, que iniciou o trabalho de limpeza da Policlínica Dilson Siqueira de Assunção, onde trabalha.

O local recebe diariamente 45 pessoas e está fechada temporariamente após receber 70 centímetros de água. Na lista do prejuízo, móveis, computadores e materiais de escritório e de limpeza.

“Nós estamos trabalhando para voltar às atividades na quarta-feira. A gente tá fazendo de tudo para voltar o mais rápido possível”, afirmou Leila Oliveira.

Tudo perdido

Dona Maria José vive em Palmares há 20 anos. É viúva e vive com dois filhos em uma casa que foi atingida pelas chuvas. Tudo, exceto a televisão e as roupas da família, foi perdido para a enchente. "Tenho câncer, hepatite C e lupus. Estou em tratamento no Recife, mas não consegui ir hoje", diz. A casa está sem energia e embora fique longe do rio, foi atingida pela água que sobe por bueiros. "É prejuízo demais", desabafa.


Moradores de Ribeirão estão sem casa após chuvas

Sete abrigos estão prestando assistência aos moradores, além de equipes do Corpo de Bombeiros, Secretaria de Saúde e Ação Social

Ribeirão - chuvasFoto: Alfeu Tavares/Folha de Pernambuco

DA FOLHAPE - A cidade de Ribeirão, na Zona da Mata Sul do Estado, está tomada por caminhões e máquinas tentando retirar a grande quantidade de lama que deslizou das barreiras e atingiu várias casas. O Centro de Ribeirão foi o mais atingido, especificamente os bairros de Bandeirantes, Vila Rica e Beira Rio. São cerca de 40 famílias desabrigadas e 910 desalojadas de acordo com o prefeito da cidade, Marcelo Maranhão.


“Quarenta casas correm risco de desabar. Até o momento, não foram sinalizados recursos financeiros para auxiliar na recuperação da cidade. Já enviamos o pedido para o Governo do Estado”, disse o prefeito. Sete abrigos estão prestando assistência aos moradores, além de equipes do Corpo de Bombeiros, Secretaria de Saúde e Ação Social.

Situação dos moradores

“Minha casa está completamente tomada pelo barro. Eu estava assistindo televisão com a minha mulher quando ouvimos o estrondo do primeiro deslizamento. Só tivemos tempo de correr antes de a casa ser soterrada” conta o encanador André Luís, de 35 anos, que mora com a esposa e a filha de cinco anos.

O motorista Wilson Barreto, de 47 anos, mora em Ribeirão há 25 anos e acredita que esta tragédia seja ainda pior do que as inundações em 2010. Ele mora em uma das poucas casas com dois andares do local. “O engenheiro que passou aqui para avaliar disse que o andar de cima segurou boa parte da lama e, se não fosse por isso, muito mais coisa teria sido destruída”, disse. 

Wilson e outros moradores suspeitam que uma fossa instalada em cima do morro tenha agravado o deslizamento. “A fossa acumulava muita água, talvez tenha sido por isso que caiu tanta lama na nossa área, tanto que tem outros trechos perto do morro que não foram tomados” diz ele.

A dona de casa Elaine Maria da Silva, que mora com o marido e as duas filhas, de 1 e 7 anos, estava na cozinha pouco antes do deslizamento. “Veio aquele barulho, a gente escutou o vizinho mandando a gente correr, avisando que o deslizamento bateu na nossa casa”, conta.

Cerca de 155 pessoas, a maioria oriunda dos bairros centrais de Ribeirão, estão abrigadas no Colégio Maria Cícera e na Escola Sônia Lustosa, extensão da instituição. “Nós entregamos três refeições para as famílias, além de roupas, lençóis, água, remédios, que são doações da população e do Estado” explica a diretora da escola, Maria Aidê da Silva. “Acho que as pessoas ficam aqui por pelo menos dois dias até poderem voltar para limpar suas casas. Até lá, as aulas estão suspensas”, diz.





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