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LULA: “NÃO SINTO ÓDIO DO DUQUE, SINTO PENA”



247 – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, durante a etapa paulista do 6º Congresso do PT, na noite desta sexta-feira 5, o depoimento prestado pelo ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque ao juiz Sergio Moro em Curitiba nesta tarde.

"Não sinto ódio do Duque, sinto pena", disse Lula. Segundo ele, os investigadores da Lava Jato estão sem provas e querem que contem qualquer mentira contra ele, mas que ele e sua equipe irão vencer isso também.

Em seu depoimento, às vésperas do depoimento do próprio Lula a Moro, Duque, que está preso e já foi condenado em quatro ações da Lava Jato a mais de 50 anos de prisão, além de ser réu em outros seis processos em investigações relacionadas, afirmou que Lula pediu para que ele fechasse contas no exterior, onde recebia propinas (leia mais).

Em nota, o advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins, diz que "o depoimento de hoje (5/5) do ex-diretor da área de serviços da Petrobras Renato Duque segue o padrão já identificado nas declarações dos novos candidatos a delatores que o antecederam, caso de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e de seu subordinado Agenor Medeiros. Eles citam Lula, falam de encontros e de conversas com o ex-Presidente, mas não têm qualquer prova do que afirmam".

Leia a íntegra:

Nota

O depoimento de hoje (5/5) do ex-diretor da área de serviços da Petrobras Renato Duque segue o padrão já identificado nas declarações dos novos candidatos a delatores que o antecederam, caso de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e de seu subordinado Agenor Medeiros. Eles citam Lula, falam de encontros e de conversas com o ex-Presidente, mas não têm qualquer prova do que afirmam. Ao dizer que Lula tinha "pleno conhecimento de tudo, tinha o comando", Duque busca por em pé perante o Juízo da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba a falaciosa tese do procurador Deltan Dallagnol explorada no seu famoso power-point e que foi negada por 73 testemunhas já ouvidas sob o compromisso de dizer a verdade. Depoimentos cruzados - e certamente combinados - não substituem provas.

Nos três casos, chama a atenção que os advogados dos réus tenham feito questionamentos não para defesa dos clientes, mas com o objetivo de envolver o nome de Lula, inclusive em processos em que ele sequer é parte - caso do depoimento de hoje. O ex-Presidente foi submetido a uma devassa com a quebra de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico, além de buscas e apreensões em sua casa e na de seus familiares e nenhum ato ilegal foi identificado. Até mesmo pessoas referidas por Duque, como Pedro Barusco, quando ouvidas com o compromisso de dizer a verdade, negaram a participação de Lula.

Foram 24 audiências realizadas só na ação que trata do triplex do Guarujá e nenhuma prova foi produzida contra o ex-Presidente. Não pode ser coincidência que, nos últimos 15 dias, depois de anunciado o adiamento do depoimento de Lula, três pessoas que há muito tentam destravar uma delação para reduzir suas penas e até mesmo sair da cadeia - caso de Pinheiro e Duque - tenham resolvido falar, especialmente considerando que o processo de Duque já estava em fase de alegações finais. Merece repúdio que se aceite negociar futuras vantagens em troca de acusações frívolas, confirmando o caráter ilegítimo das denúncias contra Lula.

Cristiano Zanin Martins



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