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Onde está o ministro-falante Gilmar Mendes?



Nas próximas horas completaremos uma semana desde que o Brasil passou a tomar pé da escabrosa situação em que se meteu toda a chamada elite política brasileira.

São as delações da Odebrecht, mais que uma empresa da construção civil, a maior empresa de construção de corrupção, propinas e atos criminosos de todos os formatos e tamanhos, expert em eleger governos e membros do parlamento aqui e no exterior.

Onde se encontra nesse momento crucial de "queda das máscaras" o sempre falante, loquaz, prepotente e dado a ser porta-voz do que há de mais arcaico e atrasado no país, o ministro do Supremo Tribunal Federal o excelentíssimo Dr. Gilmar Mendes?

Por que não temos sua opinião, por breve que seja sobre tão delituosos fatos e personagens?

Nos últimos meses Sua Excelência foi flagrado muito à vontade, camisa, calça e sapatos esportivos, em visita livre, leve e solta ao presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu. Em sua companhia ninguém menos que o ministro Moreira Franco, igualmente vestido com trajes casuais, camisa listrada, calça jeans. Destaco aqui as indumentárias apenas para dar relevo ao elevado grau de intimidade do ministro visitante para com as as mais altas autoridades do país visitadas.

Flagrado por jornalistas - êta gente bisbilhoteira! - sobre o porquê da visita em um fim de semana prenhe de denúncias pesadas de grossa corrupçao praticada pelos visitados (Temer e Moreira Franco) Gilmar, com aquele jeito muito sem cerimônia de quem sempre substitui o tempo como "absoluto senhor da razão" foi logo disparando: "Sou amigo do presidente Michel Temer há mais de 30 anos, oras!"

Agora, com seu intimo amigo presidente pendurado literalmente no art. 86 da Constituição Federal, artigo que o blinda de ser investigado e processado por supostamente ter praticado atos criminosos, ao arrepio da lei, antes de ser empossado - por vias mais que tortuosas e questionáveis - na Presidência da República, o que terá a dizer ao Brasil o ministro do STF sobre tão decantada e longeva amizade? Teria ele conhecimento dos fatos ora perturbadores? Sabia de uma parte apenas? Ficou muitíssimo surpreso? Pouco surpreso? Não sabia de nada? Isso é do jogo político?

E sobre Moreira Franco, encalacrado em relatos de delatores que o reduzem a pó de mico no universo da corrupção brasileira, qual o seu arrazoado juízo sobre tão escabrosa situação?

O Brasil gostaria de ouvir, um minuto de Gilmar Mendes ao menos, seja em descarada defesa da integridade moral dos ora denunciados, seja para afirmar que, mesmo não importando os 10, 20 ou 30 anos de sólida amizade com gente enrolada na Lavajato, ele lhes concederia, solene e categoricamente, o sagrado benefício da dúvida, pois "como lhes disse até hoje nunca ouvi nada que os desabonasse"!

O que tem Gilmar Mendes a dizer das pesadas acusações de grossa corrupção por parte da Odebrecht em relação a Aécio Neves, o Mibeirinho da Odebrecht, aquele que se insurgiu contra a presidente eleita por 54 milhões de brasileiros e que tanto maquinou que terminou por apeá-la do Executivo?

E sobre o ministro Eliseu Padilha, algo a declarar?

E sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, delatado na Odebrecht, o que sua excelência tem a dizer?

E sobre o ministro Moreira Franco, o Angorá da Odebrecht, o sempre visitado por sua excelência, algo a declarar?

E sobre o ministro Aloysio Nunes, algo a declarar?

E sobre o ministro José Serra, o Careca da Odebrecht, algo a declarar?

E sobre o governador Geraldo Alckmin, o Santo da Odebrecht, o que tem a declarar?

E sobre o presidente do Senado, Eunício Oliveira, o Índio da Odebrecht, o que tem a dizer?

E sobre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o Botafogo da Odebrecht, algo a declarar?

O que não falta são nomes graúdos da política nacional - o presidente da República, 9 ministros, 29 senadores, 43 deputados - para o ministro Gilmar Mendes, notório apreciador de holofotes, gravadores e câmeras de tevê, praticar seu esporte favorito - deitar falação sobre tudo e todos, defender o indefensável, escandir teses de natureza duvidosa, sair em defesa de uns e em detrimento de outros.

Mas ninguém se espante se, em meio à selva de atos de corrupção envolvendo montantes gigantescos da ordem de USD 40,000,000.00, a título de ilustração, o ministro Gilmar Mendes considerar muitíssimo mais emblemático do manancial de lama que se avoluma no país tenha sido nada menos que:

1. a compra do "pedalinho" por dona Marisa Letícia, uma inocente injustiçada pelo juiz paranaense Moro, agora falecida, para seus netos no valor de R$ 4.000,00 ou, quem sabe?,

2. a unha encravada no pé do presidente Lula, como aquele apartamento classe média, na opulenta Versalhes brasileira que é o interior de São Bernardo do Campo, e cuja escritura nem no seu nome está e que não obstante, exaustiva perseguição judicial-midiática dos últimos onze meses, absolutamente nada, nadica de nada, se encontrou para incriminar de forma inquestionável o torneiro mecânico que ousou governar este país por dois mandatos consecutivos?

Uma última pergunta ao ministro Gilmar Mendes:

Nos últimos encontros jurídicos promovidos pelo senhor no Bradil e no além-mar, em Portugal, para tratar de ética na política, fortalecimento da democracia no Brasil etc., quais palestrantes e conferencistas estão agora acusados de grossa corrupção pelos donos e diretores da Construtora Odebrecht?


Somos todos ouvidos, ministro.

Fonte: brasil247

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