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MARCELO ODEBRECHT AVISOU TEMER QUE GRAÇA APURAVA PROPINAS DO PMDB



247 – Dois delatores da Odebrecht, Márcio Faria e Rogério Araújo, já confirmaram ao Ministério Público que Michel Temer presidiu uma reunião, em seu próprio escritório político, ainda em 2010, antes mesmo da primeira posse de Dilma Rousseff, em que se acertou uma propina para o PMDB de US$ 40 milhões – equivalente a R$ 126 milhões – e correspondente a 5% de um contrato da Petrobras na área internacional.

Segundo Márcio Faria, foi um pagamento totalmente indevido, uma vez que correspondia ao percentual de um contrato – ou seja, propina, pura e simplesmente (leia mais aqui).

Agora, uma reportagem de Lígia Guimarães, no Valor, traz dados ainda mais constrangedores. Segundo o lobista da Odebrecht em Brasília, Claudio Melo Filho, Graça Foster, que foi indicada por Dilma Rousseff para presidir a Petrobras com a missão de estancar a roubalheira na Petrobras, questionou diretamente Marcelo Odebrecht sobre quem, no PMDB, estava recebendo propinas neste contrato da área internacional.

Preocupado, Marcelo Odebrecht pediu a Claudio Melo Filho que Temer fosse avisado de que Graça Foster pretendia estancar a roubalheira. De fato, em 2012, Graça não apenas reduziu em 43% o contrato da propina como também demitiu Jorge Zelada, o diretor da área internacional indicado pelo PMDB, que hoje está preso em Curitiba, assim como o lobista João Augusto Henriques, também preso, e que participou da reunião da propina no escritório político de Temer.

Ou seja: enquanto Dilma e Graça Foster agiam contra a corrupção na Petrobras, Temer e Marcelo Odebrecht começavam a conspirar contra as duas.


Quando Michel Temer ainda era vice-presidente, recebeu um recado do empresário Marcelo Odebrecht, alertando-o que a então presidente da Petrobras, Graça Foster, o havia questionado sobre quais políticos do PMDB haviam recebido dinheiro da construtora.

“Marcelo me pediu que transmitisse de alguma maneira ao então vice-presidente Michel Temer que ele tinha tido um encontro com Graça Foster e, por sua vez, tinha perguntado a ele quais pessoas do PMDB que ele, Marcelo, tinha ajudado pela Odebrecht”, afirmou Cláudio Melo Filho, ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, em depoimento à Procuradoria Geral da República, no âmbito das investigações da Operação Lava-Jato. Melo Filho diz que obedeceu a ordem do empresário entrando em contato com Moreira Franco, que à época comandava a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE).

Tempos depois, recebeu telefonema de Moreira Franco pedindo reunião pessoalmente com Melo Filho, da qual também participaria o então vice-presidente.

“Tempos depois, o sr. Wellington Moreira Franco me ligou, perguntou se eu poderia ir ao encontro dele e do vice-presidente Temer. Na reunião, ele disse: Cláudio, eu já transmiti a mensagem, mas você poderia por favor repetir?”, diz Melo Filho, que novamente repassou o alerta de Marcelo. “Temer não esboçou nenhuma intranquilidade, agradeceu, e pediu que eu agradecesse a Marcelo, que ele ia verificar as razões”.

(Ligia Guimarães | Valor)



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