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GOVERNO NÃO TEM PLANO B. O PAÍS, SIM



247 - Diante do fracasso da política econômica do governo Temer, há gente que se pergunta se o governo não se dá conta, não busca mudanças, com a equipe atual ou mudando a equipe. Em primeiro lugar, em um sentido, o objetivo da política econômica é esse mesmo: desmontar o patrimônio do Estado brasileiro, destruir a capacidade do governo de fazer políticas sociais, atacar os direitos dos trabalhadores. Em todos esses aspectos a política econômica tem cumprido seu papel à risca. 

Mas esse cumprimento implica em promover a mais profunda depressão econômica que o país já conheceu, com os mais altos índices de desemprego, com o desmonte da estrutura produtiva do pais, com a desnacionalização da Petrobras, com o mais acentuado e rápido processo de reconcentração de renda que nossa historia conheceu, com a exclusão social acelerada.

A adoção do mesmo programa de ajuste fiscal duro e puro que ja foi aplicado nos anos 1990 – fenômeno similar ao argentino – confirma que a direita brasileira não tem outro projeto senão o da restauração do neoliberalismo nos seus termos mais ortodoxos. Quando esse modelo já se esgotou no Brasil e na América Latina, quando demonstra sua incapacidade para recuperar a economia europeia, e quando um outro modelo – de desenvolvimento econômico com distribuição de renda – teve sucesso no Brasil e em outros países da America Latina.

Atuam com desconhecimento das lições da realidade. Precisam, para justificar essa política suicida, assentar-se em diagnósticos que a realidade provou que são errados, como os de concentrar no Estado as responsabilidades pelo freio ao crescimento que a economia brasileira passou a ter. Foi, ao contrario, a incapacidade, até aqui, de desenvolver uma forte economia estatal, o que impediu dar continuidade ao processo de crescimento econômico.

Quando o Brasil resistiu e superou a primeira onda da recessão internacional, em 2008, isso se deu pelo fortalecimento do Estado, dos seus investimentos diretos, pelos créditos dos bancos públicos, pela extensão ainda maior das políticas sociais, pela continuidade dos aumentos salariais acima da inflação.

Agora, a equipe neoliberal, com diagnostico errado – mas um erro interessado, porque favorece ao capital financeiro -, age na direção oposta, cortando sistematicamente os investimentos, os créditos, os empregos, o poder aquisitivo dos salários, os recursos para as políticas sociais. Ao invés de resistir as pressões recessivas externas e internas, o governo golpista intensifica essas tendências, fazendo que uma economia que ja estava estagnada, entrasse numa profunda recessão. 

Agem assim, não apenas porque atendem os interesses do capital dominante na economia brasileira – e em todos os países, característica típica da era neoliberal -, mas porque não possuem outro modelo econômico. Basta olhar para a Europa, em que a recessão se estende desde 2005 e – com a exceção de Portugal, que retoma o crescimento porque coloca em pratica uma política similar a dos países latinoamericanos antineoliberais – não tem horizonte de superação, porque as políticas de austeridade se impõem a praticamente todos os países, centrado nos ajustes fiscais. Embora não tenha produzido efeitos positivos, salvo o caso citado, que se opõem à tendência predominante, o mesmo modelo é aplicado tanto pelos partidos de direita, como pela social democracia.

No Brasil e na Argentina fica claro que eles só dispõem do ajuste fiscal como receita, receita que em nenhum lugar do mundo recuperou econômicas da recessão e retomou o crescimento. Ao contrario, só intensificou a recessão.

Temer e Meirelles dizem que não têm plano B para a economia, daí que, mesmo diante da falta de resultados positivos e do descontentamento mesmo no meio empresarial. Uma mudança significaria tirar a equipe que representa diretamente os grandes bancos privados, que por sua vez é a corrente dominante na própria estrutura econômica do pais.

Se o governo não tem alternativa, o pais tem, e ja mostrou, na crise anterior, que possui um modelo de desenvolvimento econômico com distribuição de renda, que os brasileiros manifestaram, quatro vezes seguidas, que preferem como alternativa para o pais. Mas para atender os interesses da maioria, só mesmo restaurando a vida democrática, recolocando nas mãos do povo a decisão do caminho que ele prefere para o pais. O que significa plebiscitar a retomada do modelo neoliberal, em comparação com o modelo que os brasileiros já viveram e conhecem os efeitos.



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