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DILMA AO NYT: FUI CHAMADA DE VACA 600 MIL VEZES



247 - A presidente deposta Dilma Rousseff disse, em uma entrevista ao jornal The New York Times, que as eleições de 2018 serão "um encontro com a democracia" e que "não importa quem vença, desde que seja um jogo limpo, e desde que essa pessoa traga estabilidade política e econômica e o retorno do crescimento. Mas tem que haver uma eleição. Não é vergonhoso perder uma eleição. O que é vergonhoso é uma pessoa que não sabe perder uma eleição e aceitá-la".

Dilma, que foi deposta por um golpe parlamentar no ano passado, destacou que ao longo de sua vida enfrentou dois golpes: "um pelos militares e o outro pelo congresso. Ambos eram extremamente difíceis. Em um houve a ameaça física de ser preso e torturado, no outro uma ameaça ainda maior para toda a população brasileira, os direitos de seus cidadãos e a democracia", afirmou.

Na entrevista, ela voltou a dizer que se pudesse rever alguma das medidas tomadas ao longo do seu governo, seria a desoneração tributária que concedeu às empresas. "Eu fiz isso com base na crença de que as empresas iriam investir mais e gerar mais empregos. Mas não foi isso o que aconteceu: as empresas aumentaram seus lucros sem investir mais. Além disso, eu não percebi claramente que o "centro", uma parte crucial do corpo democrático que era essencial na luta contra a ditadura militar, estava mudando para a direita. Tornou-se uma oposição ao meu governo. É como a história do cavalo de Tróia, que traz o inimigo dentro da cidade. Não perceber que foi realmente um erro", comentou.

Dilma também ressaltou que o governo Michel Temer é" um governo eminentemente anti-mulheres. Estou triste por isso, muito desanimada. Em primeiro lugar, havia um elemento muito misógino no golpe contra mim. Eles tinham padrões duplos para homens e mulheres. Eles me acusaram de ser excessivamente duro e áspero, enquanto um homem teria sido considerado firme, forte. Ou eles diriam que eu era muito emocional e frágil, quando um homem teria sido considerado sensível. Eu era vista como alguém demasiadamente obcecada com o trabalho, enquanto um homem teria sido considerado trabalhador. Houve também outras palavras muito rude utilizado. Eu fui chamada de vaca cerca de 600.000 vezes", comentou.

Dilma disse, ainda, que espera ser lembrada pelas políticas sociais que implantou ao longo do seu governo. "Seremos lembrados pelas políticas sociais que criamos. Foi durante o meu governo que superamos a pobreza. Foi durante o meu mandato que consolidamos a rede de proteção social. Todas essas políticas sociais foram feitas para reduzir a desigualdade. Agora, a população sabe que "eles podem". Nós provamos que uma das principais fontes de riqueza brasileira é o seu próprio povo", finalizou.

Enquanto Dilma faz palestras pelo mundo, o vice que a traiu, Michel Temer, afunda na lama da corrupção. Nas delações da Odebrecht, ele foi apontado como o personagem que presidiu uma reunião em que a empreiteira acertou uma propina de R$ 126 milhões, equivalente a 5% de um contrato da Petrobras (saiba mais aqui).

Confira a íntegra da entrevista.


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