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DEPUTADOS VÃO AO MP CONTRA FILME DA LAVA JATO E DENUNCIAM MORO AO CNJ



247 – Os deputados do PT Wadih Damous (RJ), Paulo Pimenta (RS) e Paulo Teixeira (SP) anunciaram na tarde desta quarta-feira 5 que irão protocolar junto ao Ministério Público do Distrito Federal um pedido de investigação sobre as circunstâncias que vem sendo feito o filme "Polícia Federal – A lei é para todos", que trata da Operação Lava Jato.

Eles pedem apuração dos crimes de improbidade por agentes da PF, peculato, abuso de autoridade e prevaricação. Os parlamentares denunciaram que materiais da corporação, como uniformes, armas, viaturas e até helicópteros foram utilizados pela produção do filme. Segundo os petistas, agentes da PF foram instados pelo diretor, Leandro Daiello, a buscar apoio e patrocínio para a realização do filme.

Os três deputados contaram ainda que, próximo do Carnaval, um grupo de cerca de dez agentes da PF viajou com a equipe do filme para São Paulo, onde ficou hospedado à custa da produção e usou carros da corporação. Eles ficariam à disposição das filmagens, de acordo com os deputados. O grupo desistiu da ação apenas porque foi informado de que se tratava de um ato ilegal, acrescentaram.

"A PF em Curitiba foi fechada para uso exclusivo da filmagem. Dez agentes da PF estiveram à disposição da produção, com diárias bancadas. A missão foi autorizada, depois anulada, tem registro disso, mas as viaturas, o combustível, pedágios, tudo isso foi pago com dinheiro público, assim como a utilização de aviões, fardas, armas, sem qualquer contrapartida. E não há previsão legal para isso", detalhou Paulo Pimenta.

Os parlamentares anunciaram ainda que o juiz Sergio Moro será denunciado junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por falta disciplinar, uma vez que permitiu que uma ordem sua fosse descumprida. O magistrado havia determinado que não fosse feita qualquer filmagem da condução coercitiva contra o ex-presidente Lula em março do ano passado, mas integrantes da equipe de filmagem afirmaram em entrevistas que souberam da existência de cenas desse dia, feitas por agentes da PF. Questionado pela defesa de Lula, Moro disse que não poderia censurar a imprensa ou a produção do filme.

Atores, o produtor e o diretor do filme sobre a Polícia Federal serão arrolados como testemunhas, informaram os deputados. O diretor da PF, Leandro Daiello, e o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, ao qual a PF está subordinada na estrutura do governo federal, devem ser convocados para falar sobre o episódio na Câmara dos Deputados.

"Nenhum brasileiro está acima da lei, mas esse episódio mostra o Estado tentando influenciar a opinião pública se utilizando de meios ilegais", afirmou Paulo Teixeira. "O próprio Estado, a partir do seu poder de coerção, ir buscar recursos para bancar um filme... A polícia, ao permitir isso, sai do controle da lei", acrescentou.


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