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PARA TEMER SÓ SOBROU O RELINCHAR DAS RUAS - Por Luciana Oliveira



Há um ano os movimentos Brasil Livre e Vem Pra Rua conseguiram convencer mais de três milhões de pessoas a irem às ruas num único dia em apoio ao impeachment, sem crime, da presidenta eleita Dilma Rousseff.
A eles se juntaram movimentos de extrema-direita que pediram intervenção militar.
Houve atos simultâneos em mais de 300 cidades de todos os estados.
Quem participou dos protestos dizia estar seguindo a maioria, como se na história a predominância de um senso comum não tivesse deixado um rastro de sangue, arrependimento e prejuízos.

A massa tinha a cabeça feita pela ‘grande mídia’ e não percebeu que atravessara a ponte pro abismo de conceitos morais e direitos.
Ao falar pela última vez como presidenta, Dilma Rousseff amaldiçoou seus algozes com uma frase de Darcy Ribeiro: “Não gostaria de estar no lugar dos que se julgam vencedores. História será implacável”.
Um ano bastou pra que movimentos contratados só para promover o golpe fossem da maioria à minoria.
No domingo, 26, Kim Kataguiri e Rogério Chequer, líderes dos dois principais movimentos pró-golpe, se esfarelaram como ídolos de pés de barro.
A pavulagem dos serviçais de partidos corruptos chegou ao fim.
Os atos que organizaram foram registrados em pouco mais de 60 cidades.
Segundo dados da Polícia Militar, somando todos, estima-se que só uns 20 mil participaram.

O Vem Pra Rua insiste em focar sua pauta no fim do foro privilegiado e na punição ao caixa 2.
O Brasil Livre, além da semelhante obviedade na pauta, faz propaganda das reformas que o governo diz, sim e o povo diz, não.
Ambos, reafirmam apoio à Operação Lava Jato, mas Temer fica, mesmo tendo empestado o governo com investigados na operação.
Com o fracasso das manifestações por absoluto descrédito, fica evidente também o desprestígio do juiz Sérgio Moro, outro ‘ídolo’ da direita que não demora terá os pés esfarelados.
MBL, VPR e Moro tomaram os holofotes no golpe, entorpeceram a opinião pública e por todos os deuses, devem ser condenados ao ostracismo.
Moro fez questão de associar sua imagem ao relinchar das ruas.
Sabendo que seria homenageado em atos desses movimentos fajutos, gravou um vídeo dias antes agradecendo apoio da “grande maioria” que disse suspeitar fosse a “totalidade”.
Bom, as pautas que incluíam apoio à Lava Jato e ao juiz foram recusadas pela maioria.
“Mais fácil manter o caráter, que recupera-lo.”
Até os mais efusivos defensores do golpe já não negam que em vários momentos, Moro exorbitou de suas funções promovendo a insegurança jurídica.
Sem a mistificação desses movimentos e do juiz Sérgio Moro, o que sobra a Temer pra forjar apoio nas ruas? Pra convencer massas populares de que é seguro atravessar sua pinguela?
A terceirização passou num resultado apertado, o que sugere a derrota da reforma da previdência.
Os movimentos Fora Temer agora predominam no senso comum e as vozes da maioria chegam de baixo pra cima.
É a hora certa para a tão esperada reação racional da maioria que pagou pra ver sua desgraça.
E pra Temer, só sobrou o relinchar das ruas.

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