Justificando
Rodrigo Maia diz que Justiça do Trabalho não deveria nem existir
Em plena discussão de retirada de direitos trabalhistas, o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia afirmou que, para ele, a Justiça do Trabalho não deveria nem existir. A declaração do político indica a evidente disposição da casa em reformar o Direito do Trabalho para esvaziá-lo no que se refere às conquistas históricas dos trabalhadores.
A declaração foi feita em um evento em Brasília. Maia comentava a aprovação da regulamentação da gorjeta, necessária pela “irresponsabilidade” da Justiça do Trabalho, sem, no entanto, apontar onde ele vê essa relação – “Tivemos que aprovar uma regulamentação da gorjeta porque foi quebrando todo mundo pela irresponsabilidade da Justiça brasileira, da Justiça do Trabalho, que não deveria nem existir”.
Maia ainda atribuiu todo o desemprego brasileiro às “regras no mercado de trabalho”, as quais são, na sua visão, excessivas -“o excesso de regras no mercado de trabalho geraram 14 milhões de desempregados”.
O Presidente da Câmara mostrou-se absolutamente certo da aprovação das reformas da Câmara, que, para se ter uma ideia da profundidade, desapontarão o próprio Temer, que tem sido conhecido por ser favorável a elas, por serem muito mais profundas do que as propostas pelo presidente – “Acho que a gente vai avançar na regulamentação trabalhista. Infelizmente, o presidente Michel não vai gostar, mas acho que a Câmara precisa dar um passo além daquilo que tá colocado no texto do governo”, afirmou.
O deputado estava, de fato, inspirado. Aproveitou a oportunidade para emendar uma defesa da reforma previdenciária em curso na Câmara, que diminui os benefícios, exclui diversas pensões, aumenta a idade mínima e prejudica as mulheres.
“Reforma Trabalhosta” será ampla, geral e irrestrita
Em um movimento articulado entre Executivo, Legislativo e Judiciário a Reforma Trabalhista vai da terceirização geral até a prevalência do negociado sobre o legislado em prejuízo para o trabalhador e trabalhadora, incluindo também o fim do direito de greve e o desmonte estrutural da Justiça do Trabalho. O Coisas que Você Precisa Saber tratou sobre isso no especial “reforma trabalhosta”.
Sobre a reforma da previdência, em artigo para o Juvândia Moreira, presidenta do sindicato dos bancários de São Paulo, afirmou que “o que se pretende é o fim da previdência pública, quase a sua destruição, na medida em que estão propostos pré-requisitos tão rígidos e descolados da realidade brasileira que, se aprovada a proposta, a aposentadoria no Brasil passaria a ser uma ilusão”.
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