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O perigo dos pequenos tribunais das redes sociais - Por Elder Pereira



Já virou praxe nos depararmos com postagens agressivas e condenações de pessoas nas redes sociais. Vez por outra as agressões virtuais são levadas para a vida real e o que se percebe, com pesar, é o cometimento de crimes contra a honra e a vida de alguém.

Mesmo com pouco ou nenhum conhecimento jurídico, os "juízes" desses tribunais das redes sociais decidem quem tem culpa e quem não tem, o velho princípio do contraditório é letra morta.

Nem mesmo nos tempos onde a internet inexistia por estas bandas ou, se existia era pouco utilizada, o ódio e os julgamentos sumários eram raros, tudo era resolvido cara a cara e com muita dose de civilidade.

Onde iremos parar com tudo isso? Seria uma barbárie eterna entre os humanos que mais se assemelham a canibais virtuais?

Mesmo a internet não sendo uma terra de ninguém, onde podem fazer e acontecer, mesmo existindo leis que reprimem tais condutas o fato é que cada vez mais julgamentos sumários tem acontecidos onde a honra de uma pessoa é jogada na lama sem dó e sem piedade. Vidas são ceifadas quando fazem justiça com as próprias mãos.

Por onde anda a educação nos dada por nossos pais? Por onde anda a presença de cristo no coração e na alma das pessoas que agem como se fossem verdadeiros demônios quando é para julgar e condenar o seu próximo? Você ama o seu próximo?

Artigo importante da Nathali Macedo retrata bem esse tipo de tribunal que tem devastado-nos, vejam:

COMO O TRIBUNAL DAS REDES SOCIAIS ESCANCAROU A COVARDIA HUMANA

Quando eu era menina não existiam redes sociais. A internet era ainda uma novidade fascinante (e mais ou menos recente, porque sou da década de noventa).

As pessoas se comunicavam olho no olho. Quando era preciso criticar, fazia-se com honradez, cara a cara, dando a chance de a outra pessoa se defender, deixando até as sutis nuances de emoções transparecerem e florearem o discurso.

O mundo me parecia menos cruel. Devia sê-lo bastante, certamente, mas não me parecia. As palavras eram medidas, os ímpetos humanos eram contidos.

Lembro que havia uma menina mal quista na minha turma de quinta série. É claro que todo mundo virava a cara para ela, mas eu nunca vi ninguém chamá-la e dizer “ei, você é uma ridícula, ninguém te quer por perto!”. O olho no olho dava conta de mensurar as palavras.

O que eu vejo hoje – especialmente nas redes sociais – é uma sede incompreensível por julgar a vida alheia. Uma necessidade constante de criticar com exagero, com crueldade desmedida.

São julgamentos sanguinários e, ao mesmo tempo, absolutamente covardes. Estamos, afinal, protegidos por detrás de telas de computador, seguros em nossos respectivos sofás e acabamos nos sentindo a vontade para machucar, agredir, ridicularizar o outro.

Me parece que a possibilidade de dizer qualquer coisa sobre qualquer pessoa sem ser atingido nos despertou uma amedrontadora vontade de barbarizar os defeitos alheios.

Uma monocelha, um vídeo íntimo, uma postagem com português ruim ou compartilhamentos inconvenientes… Tudo é motivo para destilarmos na rede o nosso desprezo pelo que nos é alheio.

As redes sociais trouxeram consigo muito mais do que egos inflados e relações descartáveis. Ela nos permitiu fazer o que sempre quisemos sem a possibilidade de sofrermos as consequências disto: apedrejar o outro.

Páginas em que milhares de pessoas em vários lugares do globo podem interagir foram, decerto, criadas para unir, para celebrar o amor. Mas, curiosamente, os seres humanos transformaram-nas em verdadeiras armas de guerra. Fonte: elhombre

Que cada um de nós reflitamos esse caminho tortuoso que estamos trilhando, a humanidade já não aguenta mais a globalização da violência. O Direito nasceu para servir os homens e não para ser violado como moeda de ódio e discriminação.

Nunca é demais lembrarmos as boas práticas que se deve ter nas redes sociais.

As redes sociais são praticamente a 8ª maravilha do mundo: pessoas se comunicam a todo instante de qualquer lugar do mundo, compartilham suas experiências e, até as mais inexperientes marcas tem um reforço mais do que importante para se comunicarem com seus clientes.

Mas, falando em nós – usuários apaixonados pelo Facebook, Twitter, Instagram, e muitas outras redes sociais – considerando que somos brasileiros, fervorosos por sentimentos e mais do que impulsivos, será que sabemos utilizar corretamente essas ferramentas?

É sabido que, pelo menos uma delas, não. Em entrevista recente Mark Zuckerberg, criador do Facebook, criticou o “mau comportamento” dos brasileiros na ferramenta. “Se por um lado, os brasileiros fazem o Facebook crescer, por outro estragam tudo”, disse.

A crítica obviamente se deve à histórica tendência ao exagero de alguns brasileiros, que compartilham mensagens excessiva e repetidamente, repassam correntes e/ou derrapam e muito na gramática. Considerando tudo isso, Zuckerberg ainda disse que planeja elaborar um manual de comportamento exclusivamente para nós. Que mico, né gente?!

Pensando nisso, vale a pena conferir algumas regrinhas básicas pra gente seguir enquanto usuários das redes sociais:

Não se exponha demais: Compartilhar exatamente todos os passos que você dá na vida, além de por em risco a sua segurança e da sua família (sim, até os bandidos estão de olho no que você posta), faz com que você perca alguns amigos virtuais e seguidores, já que nem tudo é de interesse mútuo e acaba saturando a timeline alheia.

Cuidado com as palavras que usa: Palavrões, gírias grotescas ou ofensas não são bem vindas nas redes sociais. Trata-se de um princípio básico de comportamento. Lembra quando o seu pai e sua mãe diziam “olha essa boca, menino!”? Pois então, isso também vale para seus posts.

Deixe os desabafos íntimos e indiretas para falar pessoalmente: Não tem nada pior do que ler alguma coisa escrita pelo seu amigo do peito que demonstre o quanto ele está chateado porque “alguém” pisou na bola com ele. Então, pra que dar preocupação pra quem não merece? Além disso, é chato demais fazer isso, né gente?! Vamos ser mais honestos, falar teti-a-teti e distribuir alegria e não rancor.

Não seja o reclamão: Vamos combinar que é bem chato seguir aquela pessoa que, volta e meia reclama da vida, né?! Então pense bem nisso antes de compartilhar suas mágoas publicamente. Na medida certa, você pode e deve expressar suas opiniões, mas cuide para não ser negativo em excesso, ou até mesmo ofender alguém.

Mantenha uma boa postura: As redes sociais são a sua cara, mostram o que você é como pessoa. Muitos ainda não sabem, mas hoje uma das primeiras atitudes dos recrutadores ao estudarem um candidato, é dar aquela fuçada nas suas redes sociais. Se a postura e comportamento do indivíduo não forem lá muito exemplares, as chances de ele ser descartado são muito grandes. E você não quer perder uma boa oportunidade, seja de emprego, negociação ou de um contato promissor por causa de um post mal pensado, certo?

Seja autêntico: É bacana a forma como a gente consegue conhecer um pouquinho mais dos nossos amigos através das redes sociais, não é? Por isso é mais do que importante não se construir uma imagem falsa, tentando transmitir algo que você não é, que não corresponde com a sua realidade. Não é necessário nem explicar porque isso não é legal!

Preste atenção na gramática: a língua portuguesa é difícil, a gente sabe. Mas gente, o básico é essencial. Pega bem mal escrever errado, e a gente vê umas coisas bem absurdas por ai.

Seguindo essas premissas básicas, a ideia principal é: seja discreto, verdadeiro e, acima de tudo, aproveite a era digital e o que ela tem de melhor para se informar de tudo e mais um pouco, e crescer como pessoa, não o contrário. Fonte: acijs

Por: Elder Pereira

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