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COM A DESMORALIZAÇÃO DE AÉCIO E DO PSDB, FHC AGORA ATACA A IMPRENSA



247 – O moralismo sem moral do PSDB foi desmoralizado na noite de ontem, quando veio a público o depoimento de Benedicto Júnior, número dois da Odebrecht, que disse que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) lhe pediu R$ 9 milhões, pagos via caixa dois (leia aqui).

Para conter o estrago, quem veio a público nesta sexta-feira foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, co-responsável pela tragédia brasileira, por ter dado sinal verde para o golpe liderado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), que já eliminou 7 milhões de empregos nos últimos dois anos – primeiro com o 'quanto pior, melhor' de Aécio e Eduardo Cunha em 2015 e, depois, com a inépcia de Michel Temer e Henrique Meirelles em 2016.

Segundo FHC, Aécio é vítima de "verdades alternativas", contadas pela imprensa.

Como o caixa dois de Aécio e aliados – incluindo Dimas Toledo Júnior, filho do responsável pela lista de Furnas – foi manchete da Folha, do Estado, do Globo e do Valor (saiba mais aqui), FHC, na prática, acusou a imprensa que também apoiou o golpe de mentir.

Leia, abaixo, a íntegra da nota de FHC:

Lamento a estratégia usada por adversários do PSDB que difundem "noticias alternativas" para confundir a opinião pública.

A imprensa é instrumento fundamental da democracia. Usada por quem não é criterioso presta um mau serviço ao país.

Parte do noticiário de hoje sobre os depoimentos da Odebrecht serve de sinal de alerta. Ao invés de dar ênfase à afirmação feita por Marcelo Odebrecht, de que as doações à campanha presidencial de Aécio Neves, em 2014, foram feitas oficialmente, publicou-se a partir de outro depoimento que o senador teria pedido doações de caixa dois para aliados.

O senador não fez tal pedido. O depoente não fez tal declaração em seu depoimento ao TSE.

É preciso serenidade e respeito à verdade nessa hora difícil que o país atravessa.

Ademais, independentemente do noticiário de hoje tratar como iguais situações diferentes, não é o caminho para se conhecer a realidade e poder mudá-la.

Visto de longe tem-se a impressão de que todos são iguais no universo da política e praticaram os mesmos atos.

No importante debate travado pelo país distinções precisam ser feitas. Há uma diferença entre quem recebeu recursos de caixa dois para financiamento de atividades político-eleitorais, erro que precisa ser reconhecido, reparado ou punido, daquele que obteve recursos para enriquecimento pessoal, crime puro e simples de corrupção.

Divulgações apressadas e equivocadas agridem a verdade, e confundem os dois atos, cuja natureza penal há de ser distinguida pelos tribunais.

A palavra de um delator não é prova em si, apenas um indício que requer comprovação. É preciso que a Justiça continue a fazer seu trabalho, que o país possa crer na eficácia da lei e que continue funcionando.

A desmoralização de pessoas a partir de "verdades alternativas" é injusta e não serve ao país. Confunde tudo e todos.

É hora de continuar a dar apoio ao esforço moralizador das instituições de Estado e deixar que elas, criteriosamente, façam Justiça.

Fernando Henrique Cardoso

Presidente de honra do PSDB



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