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Imperatriz Leopoldinense leva colorido e resistência indígenas para Sapucaí

Cahê Rodrigues é o carnavalesco da Imperatriz Leopoldinense pelo quinto ano consecutivo (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)

Escola de Ramos cantou a cultura indígena da região do Xingu. Com alas exuberantes e carros grandiosos, agremiação fez público cantar junto no meio das várias paradinhas da bateria.


G1 - Terceira escola a desfilar neste domingo (27), a Imperatriz Leopoldinensse levou à Sapucaí a riqueza da fauna e flora do Xingu para dar vida ao enredo sobre a resistência da cultura indígena da região amazônica. Com carros grandiosos e alas exuberantes, a escola mostrou tradições sagradas conectadas à natureza até as ameaças que assolam os índios, como doenças, exploração do homem branco e agrotóxicos.

Coreografada por Claudia Mota, primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio, a comissão de frente levantou o público.
O carro abre-alas "Templo Sagrado", representando o Kuarup, nome de uma madeira e de um ritual sagrado indígena, trazia como um dos destaques o Pajé Sapain, de 102 anos, principal liderança do Xingu.
O segundo carro, em forma de um jacaré gigante, representava a fauna amazônica. No alto, uma ararinha-azul gigante subia a até 14 metros de altura, impulsionada por um motor hidráulico.
A escola inovou quando a bateria fez uma paradinha para deixar apenas os repiques tocando e quando os puxadores se calaram enquanto os integrantes levarem o samba-enredo só no gogó.
Cris Viana, madrinha da bateria, se despediu dos desfiles.



A escola não só levou a cultura do Xingu para a avenida como também elevou à condição de destaque muitas das lideranças indígenas. O Cacique Raoni estava no samba-enredo (“Jamais se curvar, lutar e aprender / Escuta menino, Raoni ensinou”), em um carro alegórico e nas fantasias dos ritmistas da bateria.

Com 3.200 componentes, 29 alas, seis carros e um tripé, a escola mesclou em uma narrativa feita de samba, plumas e pau-brasil as tradições indígenas. As alas homenageavam a diversidade cultural ao mostrar as 16 etnias que vivem no Parque do Xingu e a riqueza da fauna e flora (tatu, gavião real, guariba, tucunaré e onça pintada).

Mas não esqueceu o sofrimento desses povos. Estavam representadas ainda a exploração do índio pelo homem branco e as doenças. O casal mais respeitado da escola desfilou no chão, vestidos de vermelho com a fantasia "Dor é minha cor". Embalando essa parte crítica do desfile, o samba cantava, “Sou filho esquecido do mundo, minha cor é vermelha de dor”.


Raoni e outros indígenas participam do desfile da Imperatriz Leopoldinense (Foto: Alexandre Durão / G1)

Gaviões-reais, Oca e liberdade

A Imperatriz mostrou sincronia entre enredo, bateria e samba-enredo já na comissão de frente. Fantasiados como gaviões-reais, aves símbolo do Xingu, os passistas simulavam um ritual de proteção da região amazônica em torno de uma grande Oca.



Em um momento da dança, a bateria fez uma paradinha em que todos os instrumentos pararam de tocar, com exceção dos repiques. Em seguida, o surdo voltou a tocar, imitando um batuque indígena.

No auge da coreografia da comissão de frente, em que os puxadores cantavam “liberdade”, a Oca se abre como uma flor e levanta os passistas, que simulam uma revoada dos gaviões reais



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