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247 - Não falta mais nada para lembrar o clima de 1964.

O governo do Espírito Santo acabou de anunciar ultimatum à PM: ou o motim acaba às seis da manhã de hoje ou dará início aos trâmites para “restabelecer a ordem”.

Na minha interpretação isso quer dizer que se o ultimatum não for obedecido as tropas do Exército que se encontram no estado receberão ordem de invadir os quartéis.

As consequências desse confronto, se houver, são imprevisíveis.

E podem repercutir em todo o país, já que em alguns estados a PM ameaça imitar o motim do Espírito Santo.

Essa madrugada ninguém vai dormir em Brasília.

No dia 25 de março de 1964 marinheiros liderados por Cabo Anselmo, anos depois identificado como agente provocador e dedo-duro responsável por dezenas de mortes de opositores da ditadura, se reuniram na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro para exigir melhoria da alimentação a bordo dos navios e dos quartéis. Tal como os PMs exigem melhoria dos salários.

O ministro da Marinha, Silvio Mota, mandou uma tropa de fuzileiros prendê-los, mas eles desobedeceram à ordem com apoio do seu comandante, o contra-almirante Cândido Aragão e aderiram ao motim.

O presidente João Goulart teve de interceder, tão grave a crise ficou, proibiu as tropas de invadir o Sindicato dos Metalúrgicos e o ministro da Marinha pediu demissão.

No dia 26 de março, os marinheiros foram presos e conduzidos a um quartel, mas Jango resolveu anistiá-los, dando pretexto para os militares o derrubarem seis dias depois.

O enredo é parecido ao de hoje. Se as tropas receberem ordem de invadir os quartéis vão obedecer ou também vão se amotinar?

A diferença é que o motim de 1964 não provocou as mais de 100 mortes como ocorreu em decorrência do motim da PM do Espírito Santo.

Marx vaticinou que a história não se repete, senão como farsa.

Daqui a pouco veremos se ele estava certo.





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