Por Paulo Nogueira - O caso Gilmar-Monica Iozzi poderia ter um final feliz, em vez de um conflito jurídico.
Monica foi condenada a pagar uma indenização a Gilmar por ter escrito que ele foi “cúmplice” do médico estuprador Roger Abdelmassih. Isso porque Gilmar concedeu habeas corpus a Abdelmassih, e assim este pode escapar da Justiça por longos anos, para desespero das mulheres estupradas.
Cúmplice é, inegavelmente, uma palavra forte demais. Não cabe no caso. Mas é verdade, também, que o papel de Gilmar na história é substantivo.
O que ele poderia, melhor, deveria fazer é, humildemente, contar os motivos pelos quais decidiu liberar Abdelmassih. Recapitular os fatos, um a um.
Num mundo menos imperfeito, Gilmar se desculparia perante as vítimas, ainda hoje atormentadas pela tragédia.
Isso traria humanidade não apenas a Gilmar, mas à própria Justiça, que habitualmente se coloca numa posição de completa superioridade sobre a sociedade.
E com certeza reconfortaria as mulheres.
Perto do que elas sofreram, sofrem e sofrerão, não é muito, mas é um pequeno bálsamo.
Fora o drama em si, agora elas se sentirão intimidadas em seguir sua jornada em busca de reparação contra Abdelmassih.
E se forem processadas, como Monica?
Fica então a sugestão: Gilmar explicar os fundamentos de seu gesto. Com uma coisa da qual ele gosta: palavras.
Fonte: aesquerdavalente
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