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Caldeirão do golpe queima nossos direitos e conquistas democráticas


O governo golpista do interino Michel Temer resulta de uma aliança entre os setores políticos, empresariais e da grande mídia que representam no país os interesses do grande capital e sua manobra para retomada da hegemonia sobre o Brasil.
Como aliados nessa cena de golpe, figuraram todo tipo de oportunistas, demagogos, retrógrados e reacionários. Eles ficaram conhecidos como “coxinhas”, expressão usada em referência a um movimento de direita que agregou a oposição despolitizada. Entre as posturas adotadas por setores desse grupo, estão: pintar de herói o juiz Moro e Janaína Pascoal, bradar contra educadores como Paulo Freire, pedir a volta da ditadura militar, perseguir Lula por assegurar a condição de cidadania aos excluídos, injuriar Dilma por ser mulher e ocupar o poder político em uma estrutura machista, dentre diversas outras atrocidades.
O afastamento da presidenta Dilma, fundado sobre a grande farsa do crime de responsabilidade, ocorre, portanto, como consequência da articulação política que se aglutina em torno da manutenção das desigualdades e da exclusão. É uma articulação incompatível com governos que desafiam o neoliberalismo, mas afinadas com as medidas anunciadas por Temer. O golpe vem com propósitos e direções bem definidas. Vem para tirar direitos sociais e trabalhistas, violar os direitos humanos, a liberdade de expressão, a organização política democrática do país, o que Dilma não permitiu em seu governo. O governo golpista vem, portanto, para eliminar a democracia.
E, assim como não há direitos humanos de baixa intensidade, não existe democracia sem a plena garantia de direitos individuais e coletivos. Estamos completando mais de 100 dias desse golpe ao Estado democrático de direito, e as ameaças às garantias constitucionais só crescem. O desmantelamento das garantias asseguradas na CLT, por exemplo - como carteira assinada, férias, 13º salário e aposentadoria - já ganha contornos de realidade. A conclusão do ciclo de privatizações, iniciado nos governos FHC, também ganha vigor com a entrega do pré-sal e a privatização da Petrobras, patrocinadas agora pelo interino “MiShell” e seu fiel escudeiro no plano de destruir o Mercosul, o tucano José Serra.
O projeto “Escola Sem Partido”, que estimula a negação da política por crianças, adolescentes e jovens, os cortes nas bolsas de pesquisa universitária – justificados pelo Ministro interino da Justiça com a afirmação de que o Brasil precisa de menos pesquisa e mais armamento -, a nomeação de um policial envolvido no massacre do Carandiru para o Itamaraty, a PEC 241 que congela os gastos públicos por 20 anos e implica diretamente o sucateamento da Saúde, da Educação e da Previdência Social são apenas poucos exemplos do grande pacote de retrocessos já colocados na agenda do golpe.
Há uma lista extensa de retirada de direitos, desmonte de políticas públicas e medidas de encolhimento do Estado já impetradas ou previstas para serem efetivados num futuro próximo. O portal “Alerta Social”, que tem feito um acompanhamento diário desse processo, já listou ao menos cem direitos perdidos desde o golpe. O projeto rejeitado nas urnas, hoje implementado sem legitimidade, é um projeto contra trabalhadores e trabalhadoras, estudantes, mulheres, negros, população LGBT, povos indígenas, populações do campo. É um golpe contra o povo brasileiro, a favor do capital estrangeiro. É necessário estar atento e lutar por nenhum direito a menos.
Fonte: brasil247

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