Ilude-se
quem pensa que é séria a gritaria do Gilmar Mendes contra os “delírios
totalitários” da força-tarefa da Lava Jato. Não há nenhuma conversão ética ou
moral deste juiz tucano do STF. Ele continua no mesmo lugar de sempre: fazendo
o jogo da sua famiglia tucana.
Se
tivesse o mínimo de seriedade, e considerando a gravidade das acusações que
fez, Gilmar não deveria se restringir à crítica política espalhafatosa através
da mídia, mas teria o dever funcional e constitucional de determinar a abertura
imediata de investigação da Lava Jato.
Gilmar,
o tucano falastrão do Supremo e dono de capangas no Mato Grosso – predicado
revelado ao mundo pelo ex-colega Joaquim Barbosa – fala grosso, usa frases de
efeito, carrega nos adjetivos, mas não faz o essencial que um juiz do STF
deveria fazer ante um crime, que é exigir a investigação do que caracteriza
como abuso de autoridade de “falsos heróis” que “combatem o crime cometendo
crime” e que avizinham o Brasil do “terreno perigoso de delírios totalitários”.
Ilude-se
também quem imagina haver alguma ameaça à Operação devido aos desacertos
políticos pontuais entre o Gilmar e o Rodrigo Janot. Eles até podem divergir
conjunturalmente, mas preservam a unidade monolítica quanto ao objetivo
estratégico de operar o golpe com o impeachment fraudulento da Presidente Dilma
e destruir Lula e o PT.
A
controvérsia entre os dois teve um único efeito prático, que foi o cancelamento
do acordo de delação premiada do presidente da OAS, Léo Pinheiro, porque os
depoimentos do empreiteiro incriminam José Serra, Aécio Neves e políticos
tucanos nos esquemas de corrupção da Petrobrás e em outras estatais.
A
profecia finalmente se realiza: consumado o impeachment fraudulento, acaba a
Lava Jato. Pretendem embatumar a Operação para proteger políticos corruptos que
montaram o esquema de propinas no período FHC e que hoje se aboletam no governo
usurpador de Temer e Cunha.
Conforme
escrevi em Quem investiga e julga os que investigam e julgam?, “a Lava Jato
está em suspeição, porque é conduzida com critérios obscurantistas e
discricionários que atentam contra a Constituição e a Lei”. Por isso “é urgente
abrir a caixa preta da Lava Jato e submeter a Operação a uma rigorosa
auditoria, sob a vigilância de instituições nacionais confiáveis e de
organismos jurídicos internacionais”.
O
tribunal de exceção do Senado não pode prosseguir a farsa do impeachment
enquanto a Lava Jato não for investigada.
Esta
Operação, com os abusos perpetrados para desestabilizar o governo e gerar caos
político, ajudou a “assembléia geral de bandidos comandada pelo bandido Eduardo
Cunha”, como a imprensa internacional chama a Câmara dos Deputados, a dar
início ao impeachment fraudulento para derrubar a Presidente Dilma.
É
cada vez mais notória e difícil de esconder a trama armada pela oligarquia
golpista para derrubar a Presidente que não cometeu nenhum crime de
responsabilidade.
A
democracia brasileira foi abastardada e a Constituição estuprada para permitir
a restauração neoliberal ultraconservadora e reacionária no país.
Fonte:
brasil247
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