A
Folha de São Paulo confirma o arrocho salarial e o fim da política de aumentar
o salário mínimo acima da inflação
Fernando
Brito, O Tijolaço
Não
vou discutir a questão mais séria um governo sem voto, interino, com dois anos
de efetivo poder – os seis meses finais já são por conta das eleições – fazer
reformas econômicas via emenda constitucional, que é permanente e não um
arranjo temporário.
Fico
no que foi dito mais cedo aqui, o tal “mercado” recebeu com um muxoxo o
“pacote” do Temer.
Às
16:15 h Bolsa e dólar tinham invertido a tendência com que iniciaram o dia. As
ações, que subiam, caíram. O dólar, que baixava, chegou a ter uma ligeira alta,
de 0,14%. (PS -O pregão se encerrou próximo do zero, com variação mínima em
relação a ontem).
Vinícius
Torres Freire, em ótima análise na Folha, sob o significativo título de “Plano
tem arrocho social sem detalhes e não tem meta fiscal” enumera:
1)
Não foi explicado como o teto vai funcionar —o limite depende de um arrocho no
crescimento das despesas de saúde, educação e Previdência, pelo menos;
2)
Ao que parece, acabou a ideia de ter metas fixas de economia;
3)
Não há corte imediato de despesas. Aliás, pelo deficit anunciado para este ano,
na sexta-feira, vai haver aumento de gastos em 2016.
E
explica que, de concreto, só – na melhor das hipóteses – congelar o gasto em
saúde e educação:
Para
que funcione e não desorganize os gastos do governo, é portanto necessário
mudar a Constituição de modo que seja possível descumprir a exigência de gasto
mínimo com saúde e educação, que é parte da receita (se a receita cresce, o
gasto cresce) e evitar o crescimento da despesa da Previdência.
Isso
é mais grave quando se considera que, este ano, esta despesa já foi cortada ao
máximo, por conta da crise. Muito embora, espertamente, esteja lá o Congresso
votado uma meta fiscal para este ano com um déficit superestimado e, portanto,
dando ao governo o direito de gastar com alguma prodigalidade onde ele quer
gastar.
As
“maldades” ficam mais para a frente, embora sejam inevitáveis: os cortes
imediatos e os sacrifícios sociais.
É
por isso que o “mercado”, apesar do blá-blá-blá sobre restauração de confiança,
não deu o aplauso que, vindo dele, vale, que é dinheiro.
Vale
informar que, neste mês em que a saída de Dilma já era certa, a saída de
capitais do Brasil chegou, em 20 dias, perto de R$ 10 bilhões, o que só não é
pior porque os patamares que o dólar, desde a metade do ano passado, subiu e
permitiu superávits comerciais, e grandes.
Até
agora, além da maldade a longo prazo, o governo Temer não fez o que veio para
fazer.
Fonte:
plantaobrasil
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