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A irretocável entrevista da jovem vítima de estupro coletivo - vídeo


De Conexão Jornalismo


O repórter do Domingo Espetacular, da Rede Record, Vinícius Donola, fez a primeira entrevista para a televisão com a jovem de 16 anos vítima de estupro coletivo no Rio. Cercada de cuidados para não revelar nomes ou expor a privacidade da jovem, a reportagem, cuidadosa e humana, representou uma singularidade na TV brasileira, especialmente no gênero. Vinícius tratou a jovem com respeito e o distanciamento profissional que a atividade impõe. Perguntou e questionou o caso com delicadeza e astúcia. Você pode assisti-la integralmente no vídeo abaixo:

O caso, que chocou o país, suscitou uma série de manifestações de homens e mulheres, em locais públicos e nas redes sociais, em defesa da mulher e contra a chamada "cultura do estupro".

- Tomo até seis banhos por dia - disse ela. A jovem afirma que se sente culpada pelo que aconteceu, embora não saiba exatamente a razão.

Para a advogada que acompanha a jovem, a culpa é imposta pela sociedade. Heloisa Samy lutou e conseguiu o afastamento do delegado que estava à frente do caso, Alessandro Thiers, deixasse o caso. 

A entrevista contou com a participação dos cinegrafistas Gilberto Martins e Thompson Lee, que tiveram acuro na iluminação e no tratamento da imagem para que garantisse qualidade e preservasse a atmosfera que a reportagem merecia: respeito e carinho pela vítima.

- Ficou lixo. Sai de mim lixo e mais lixo. Do meu corpo, dos meus olhos, boca e ouvido. 

A jovem disse que, após o baile, foi para a casa de um ex-namorado. Ao acordar já estava em outro lugar. Estava grogue.

Dormi e acordei em um ambiente diferente. Quatro homens me seguravam. Mutas pessoas armadas, rindo, falando. Me seguravam. Achei que iria morrer. Até que um amigo entrou na casa e mandou que todos saíssem. 

Sobre o número de homens, 33, ela disse que ouviu este número no próprio lugar. Ela conseguiu contar 28 pessoas. Mas os próprios agressores falavam em números como 33, 36 ou 38 homens. 

Um outro momento chocante e agressivo ocorreu durante o curso da investigação. A jovem ficou sob a responsabilidade do delegado Alexandre Thiers. O policial mostrou fotografias para outros policiais, diante da vítima, o que ampliou o constrangimento. Perguntou se ela já havia feito sexo grupal e questionou se tinha envolvimento com o tráfico.



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