Em
2007, quando o grampo divulgado para mídia tinha como protagonizador o ministro
Gilmar Mendes, a opinião dele era completamente diferente
O
Blog do Sertão relembra o que o ministro Gilmar Mendes pensava sobre grampo da
Polícia Federal divulgado para a imprensa quando a 'vítima' era ele próprio.
Gilmar Mendes classificou o vazamento da PF de "canalhice" e acusou
de usarem métodos "fascistas" na Operação Navalha. Ontem o ministro
do STF considerou o grampo da presidente Dilma e do ex-presidente Lula de
grande interesse público e ainda considerou as declarações da conversa entre os
dois como uma tentativa de obstruir a justiça, no passado, para Gilmar, esse
grampo não teria legalidade.
Folha
de São Paulo - 24/05/2007
Gilmar
Mendes acusa Polícia Federal de "canalhice"
O
ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes acusou na noite desta
quarta-feira a Polícia Federal de agir com métodos "fascistas" na
Operação Navalha. O ministro disse ser uma "canalhice" o vazamento de
informações pela PF sobre inquérito que tramita em segredo de Justiça. Mendes
responsabilizou o ministro Tarso Genro (Justiça) pelo vazamento de informações
da Operação Navalha."É responsabilidade do ministro da Justiça responder
por esses vazamentos. Eu disse hoje ao ministro Tarso que esse tipo de prática
revela uma canalhice. Não podemos brincar com as pessoas sérias do país",
criticou.Mendes se encontrou com Tarso ontem à noite na inauguração de uma
exposição no STF sobre as constituições brasileiras --e disse ter feito seu
desabafo diretamente ao ministro.Mendes afirmou que a PF vem fazendo
"terrorismo com a democracia" ao divulgar informações sigilosas em
conta-gotas. "É cinismo falar em segredo de Justiça nesse momento. Cínico
é o quadro que vivemos no país. É uma lógica absolutamente totalitária. Então,
rasguem a Constituição."O ministro disse que a PF --assim como o STF e a
PGR (Procuradoria Geral da República)-- não pode repassar informações de
processos que tramitam em segredo de Justiça. "É covardia. Eles usam uma
arma desigual. Isso tem que ser revisto", defendeu.Mendes disse estar
disposto a ingressar com representação contra a PF pelo vazamento de
informações. Depois de fazer o desabafo a jornalistas, voltou atrás e afirmou
que já tinha dado seu recado por meio da imprensa.ReaçãoO desabafo de Mendes
foi motivado pela informação de que seu nome teria aparecido em uma suposta lista
da PF entre os acusados de receber "mimos e brindes" da empresa
Gautama --apontada como a coordenadora do esquema de fraudes em licitações
públicas desmontado pela Operação Navalha.A assessoria do STF divulgou
documento para comprovar que o Gilmar Mendes mencionado na suposta lista é um
homônimo do ministro --que se chama Gilmar de Melo Mendes e seria engenheiro
civil em Sergipe.A irritação de Mendes teve início ontem à tarde, quando o
procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, disse que a ministra
Eliana Calmon, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), está "mais
informada" sobre Operação Navalha que Mendes.A ministra é responsável pelo
inquérito da Operação Navalha no STJ, mas Mendes cuida de parte do caso no STF
referente aos presos que têm foro privilegiado. O procurador disse que, por
esse motivo, a ministra "tem mais condições de conhecer melhor os fatos, o
que permite uma interpretação mais segura".Mendes reagiu e disse que
"algumas pessoas deveriam freqüentar aulas elementares de Direito Constitucional
para emitir opinião sobre algumas coisas".
Link
da matéria: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u92789.shtml
Fonte:
kalliloliveira
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